Durante o período infantil, de desenvolvimento da criança é normal que existam algumas trocas fonológicas, porém é sempre bom ficar atento até quando é natural que elas estejam presentes.
Essa não é uma queixa rara no consultório, muitas vezes os pais e pacientes se queixam sobre isso, mas por que eu não consigo falar “errado” e falo sempre “elado”?
Quando esses sons não são superados no desenvolvimento, ou seja, na idade esperada, são chamados de transtornos fonológicos, que podem se caracterizar de diversas maneiras. Porém deve ser avaliado por um profissional da área, no caso o Fonoaudiólogo que irá analisar a fala e linguagem desta criança. Em alguns casos, o transtorno fonológico não está presente e encontramos no lugar, disfluências ou até pouco uso daquele som na fala do dia a dia.
Bom, mas até quando meu filho pode falar errado?
Na literatura temos pesquisas que informam que esta aquisição dos fonemas vai até aproximadamente os cinco anos de idade, mas existem faixas etárias para que ele adquira alguns fonemas específicos.
Aquisição dos sons da fala:
Aos 18 meses: b, m.
Aos 2 anos: p, t, d, n.
Aos 2 anos e 6 meses: k, g, nh.
Aos 3 anos: f, v, s, z.
Aos 3 anos e 6 meses: ch (x), j (ge-gi).
Aos 4 anos: l, lh, r, rr, s, r (arquifonemas e encontros consonantais).
Aos 5 anos: desenvolvimento completo.
Meu filho fala igual o cebolinha, não fala o r. É normal?
O fonema /r/ está entre os fonemas mais difíceis de serem aprendidos e programados de forma espontânea pela criança, mas é um som aprendido “progressivamente”, por isso, temos que ter em mente, quantos anos a criança tem, se este processo é ou não esperado para a faixa etária e ai sim, ver a necessidade de ir a algum especialista.
Quando a criança tem diversas trocas e a fala é ininteligível, é importante procurar o profissional para ele entender a situação e procurar a melhor forma de estimular isso com a família e outros profissionais.
Existem diversos motivos para que alguém não fale algum som específico. Pode ser a falta de compreensão daquele som especifico na entrada da informação, pode ser por questões de hipotonia muscular dos órgãos fonoarticulatórios, por questões dentárias, programação e até mesmo questões orgânicas do indivíduo. Por isso, em alguns casos, precisamos de exames e avaliações de outros profissionais para uma avaliação completa.
E se eu não for atrás de tratamento?
É possível que você continue com aquela troca na fala e leve isso até a vida adulta.
Muitas vezes indivíduos mais velhos vão à procura de tratamento para a fala e iniciam seus tratamentos porque esta troca acaba interferindo nas questões de relacionamentos, profissional e emocional em alguns casos.
Quanto mais a gente posterga um tratamento, mais difícil será para mudarmos um hábito e trabalhar com nossa dificuldade, por isso, por isso indicamos que o tratamento comece na fase inicial da queixa.
Caso você tenha dúvidas sobre esse assunto, procure um fonoaudiólogo.